Um festival de culturas, idades e identidades

Um festival de culturas, idades e identidades

Na apresentação de danças folclóricas do quarto dia do festival (20), um show de diversidade e interação

A décima primeira edição do Festival Internacional de Folclore de Passo Fundo segue com apresentações e atividades diárias. Ontem, dia 20, pela manhã, o Circo da Cultura recebeu os países da Costa Rica, Bolívia e Turquia, além de apresentações do CTG Lalau Miranda e também do grupo Andora do Espírito Santo.

Cada grupo apresentou um pouco dos seus costumes e crenças. As danças da Costa Rica, por exemplo, são baseadas no trabalho do homem do campo e na beleza das mulheres. Para o coordenador da formação, Stanley Lara, é preciso ensinar desde cedo as tradições aos “niños”. “Como eu posso ver aqui em Passo Fundo, que os pequenos já dançam e tocam instrumentos, lá também eles começam desde cedo.” Um exemplo desse costume é o pequeno Sebastian, que tem apenas 9 anos, mas já toca na banda do grupo. Lara já havia participado do festival há 12 anos. Ele conta que, naquela época, veio acompanhando outra formação, pois o grupo do qual participa agora existe há 10 anos.

Outro grupo que também tem como proposta ensinar as tradições às crianças é o Grupo de Tradições Bolivianas, cujo propósito é despertar o amor das crianças e o respeito às suas tradições. O diretor do grupo, um senhor animado de 77 anos, Mario Leyes, já participa de atividades com danças folclóricas há 50 anos. Ele explica que na Bolívia há três regiões folclóricas. “As danças da região fria das montanhas, as danças dos vales, um pouco menos rítmicas, e as danças orientais, do limite com o Brasil, que são danças mais lentas, com roupas mais suaves”. Outra cultura rica em cores e diversidades é a da Turquia, que marca presença no festival com o grupo “El Ele” que significa “de mãos dadas”.  Ferhat, integrante do grupo que vem pela primeira vez ao Brasil, diz que “as danças apresentadas são uma mistura de muitas regiões da Turquia”.

Um pouco de Brasil no Rio Grande do Sul

Já era de se esperar que os países de fora trouxessem coisas novas e diferentes. Porém, as regiões brasileiras representadas no XI Festival Internacional do Folclore também marcam presença, deixando os gaúchos admirados com sua beleza e alegria. Bruno Henrique, 22 anos, faz parte do grupo do Espírito Santo. Eles trouxeram para o festival, três danças diferentes. A primeira delas é o congo de máscaras. Segundo Bruno, “ele surgiu a partir das festas de São Benedito, um santo negro. Os trabalhadores não podiam frequentar essa festa e, para eles irem escondidos dos patrões, colocavam máscaras”. As outras duas são o Ticumbi e o jogo. O tchucumbi conta a história de dois grupos, o grupo de congo e o grupo de bamba, que louvavam o mesmo santo, São Benedito, e disputavam para ver quem faria a festa em louvor ao santo. E o jogo é ao som dos tambores da cultura negra. “É uma dança que representa os povos africanos.” O grupo tem 30 integrantes, entre bailarinos, comissão técnica e músicos, e é a primeira vez que participa do festival.


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Ângela Prestes

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