Uma aula sobre cultura

Os alunos e professores que visitaram o Casarão da Cultura
durante essa semanativeram contato com culturas de diferentes continentes

A chuva que caia insistente na tarde de quarta-feira (17/08) pareceu não incomodar os mais de mil alunos e professores que lotaram o Casarão da Cultura, no Parque da Gare. Todos em busca de ampliar suas visões de mundo através de cultura cantada e dançada pelos seis grupos que se apresentaram lá.

As orgulhosas mãe e irmã companham a apresentação do Grupo Tebanos do Igaí.

Também haviam avós acompanhados de seus netos e pais com filhos a tiracolo. Uma dessas mães era Silvia Oliveira, que trouxe a filha Vitória para assistir a irmã de 14 anos que se apresentou junto à equipe juvenil do Grupo Tebanos do Igaí. Danças tradicionais da cultura gaúcha como o Xote Carreirinha e o Pezinho fizeram parte da apresentação do grupo.

Durante a apresentação do Grupo de Danças Pasos Lejanos do Peru, os olhos dos 51 alunos da Escola Estadual Ensino Médio Frederico Benvegnu, de São Domingos do Sul, permaneciam fixos em direção ao palco. Acompanhavam a turma a professora Adriana Tasca e a estagiária em Educação Física Juliana Moretti. Elas confessam: “os alunos estavam ansiosos para as apresentações”. Igualmente ansiosos para conhecer mais sobre o folclore dos países visitantes, que irão aprender na próxima semana.

o grupo de São Domingos do Sul viajou 59 km para acompanhar as apresentações de grupos do Rio Grande do Sul, Colômbia, Bélgica, Peru e México.

Próximo dali, a coordenadora da EMEF Arlindo Luiz Osório, Andréia Dalla Chiesa acompanhava 130 alunos do 1º ao 5º ano da escola. Enquanto as crianças pareciam encantadas com o show, ela aproveita e conta que, em aula, um pouco do folclore nacional já foi ensinado às turmas – o mesmo praticado por grupos como o Tebanos do Igaí e a SOCREBE, presentes naquela tarde do Casarão e que procuram manter as tradições gaúchas vivas, incentivando a vivência da cultura do estado com crianças e adolescentes.

Um encontro de várias culturas
Enquanto o grupo da Colômbia se apresentava ao público, um outro grupo chamava atenção em meio à multidão. Eram alunos da Escola Estadual Indígena de Ensino Médio Fág Mág, inserida em uma comunidade Kaingang de Charrua. Era possível observar o encontro entre duas culturas com tradições que encontram dificuldade em serem preservadas em meio a modernidade.

A vice-diretora Ivânia Base, que convive com a rotina de ensinar em meio a um importante território da história rio-grandense há 13 anos vê com entusiasmo a visita da escola ao festival: “É bom para os alunos conhecerem outras culturas. Sair um pouco do ambiente da escola.”

Um encontro como esse só poderia ser proporcionado por um Festival de Folclore como o de Passo Fundo. E esse é o papel do evento, promover um encontro entre as mais diversas culturas do mundo e as culturas presentes no Brasil: dos imigrantes europeus aos indígenas. Esperamos que esses momentos de integração continuem não somente até sábado, mas permaneçam nos interesses de quem esteve no Casarão para além do Festival.