Do Casarão ao Shopping

Do Casarão ao Shopping

O Festival de Folclore ultrapassa os limites da lona do Casarão da Cultura. Ele toma conta da cidade, chama a atenção do público e invade os locais que os moradores de Passo Fundo passam frequentemente. Mercados, shopping, Universidade, são agraciados pela cultura vinda de diferentes lugares do mundo.

Uma das atividades paralelas ao Festival foi a Oficina de Conversação, organizada pelos professores da UPF Idiomas e patrocinada pelo Bella Cittá Shopping Center. Danças, culinária, trajes, histórias e muita conversa marcaram o evento. Durante os dias 15 a 19 de agosto os grupos do Chile (Ilha de Páscoa), Mato Grosso do Sul, México, Letônia, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos, Argentina, Goiás, Peru, Bélgica, Guam, Senegal e Bolívia participaram da oficina.

Nos embalos folclóricos

O filme “Nos embalos de sábado à noite”, tinha como protagonista Tony Manero, estrelado por John Travolta, o jovem que só encontra significado na vida quando dança, espera a semana inteira para no sábado poder ir à discoteca. No Festival de Folclore não é diferente. A dança, o ritmo, a música é o que une tantos grupos, e apresentar suas culturas através dos passos e melodia de seus sons, é o que os motiva estarem aqui.

“Apaixona-me falar do meu país, do que há, do que conheço, do que vejo”, comenta a diretora do Grupo de Danças Pasos Lejanos, Stany Ayala Rivera. A dança folclórica que embala o Peru, foi deixada de herança pelos antepassados incas, espanhóis e escravos africanos, como “La Marinera”. “É com muito orgulho que digo que o Peru é a capital folclórica da américa latina”, conclui Stany.

Já a Colômbia quando chega, tem aquele encanto que deixa o público vidrado no colorido das roupas dos bailarinos. Descendentes de africanos, espanhóis e indígenas, os colombianos têm em sua música e dança ritmos que foram herdados de seus antepassados. Assim como a “Cumbia”, que é marcada por movimentos eróticos, roupas que lembram o Flamenco, e os instrumentos como os tambores (de origem africana) e os pitos, vindos dos indígenas. “O grupo tem a preocupação de que o mundo conheça a riqueza dancística de nosso país”, observa a criadora e diretora do Ballet Folclórico Sônia Gomez.

Vindos do Senegal, com o português um pouco enrolado, o grupo “Africa Show Music”, conta sobre a história de seu país, do trabalho que realiza no Brasil e mostra que tem “a música no sangue”. O sorriso e a alegria tomam conta quando as primeiras batidas do tambor preenchem a sala, logo o quadril começa a se movimentar, e os pulos, o som e a dança senegalesa invadem o lugar. A comunicação não é das mais fáceis, mas nas palavras um “obrigado” surge por poderem partilhar de sua cultura.

Até logo, Festival!

“E quando a magia da lona se vai, no peito da gente a saudade não sai”, a música cantada no último dia de apresentações, marca o sentimento, não só do grande espetáculo que aconteceram nas noites de Passo Fundo dentro do Casarão, mas as oficinas de conversação que também deixam aquele nó na garganta de quem pode chegar mais perto dos grupos.

Assim como Enzo Helmich Côrrea, o estudante achou o evento interessante, “aqui você vai abrir a mente e descobrir sobre outros lugares (…), várias culturas que as pessoas não falam muito hoje”. Agora, as cadeiras que antes eram ocupadas por um público atento estão vazias. A sala que antes era tomada por cores, línguas e músicas estrangeiras, está silenciosa, as portas foram fechadas. As oficinas acabaram e o Festival também, mas o convite fica para poder viver tudo novamente. Até 2018.


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