Macaco, sapo, tigre: oficina de dança com a China

Macaco, sapo, tigre: oficina de dança com a China

Nesta ultima semana de XI Festival de Folclore de Passo Fundo, as saídas para comer alguma coisa na praça de alimentação do shopping Bella Cittá estão com um gosto diferente. As oficinas de dança com os grupos folclóricos estão integrando os artistas com as pessoas, às vezes, desavisadas que estão por ali fazendo compras. Nesta terça- feira (19), o grupo chinês China Lijang Sond And Dance Ensemble ensinou uma pequena parte de seu repertório de danças e cânticos para os passo-fundenses, que, rápida e instintivamente, rodearam os dançarinos. As performances convidavam quem estava por ali para imitar animais reproduzindo passos de danças em grupo e para aprender a cantar letras milenares. Cinco dançarinos se revezavam, em coreografias curtas com músicas ritmadas por flauta e canto. Na última dança, todos os presentes dançaram em conjunto, após aprender os primeiros passos, o que fez girar um grande círculo de várias nacionalidades.

Ginástica chinesa

A plateia que assistia aos bailarinos não era composta apenas de transeuntes displicentes, mas também por grupos de Passo Fundo, que vieram especialmente assistir àquela oficina de dança. O Creati – Centro Regional para Estudos e Atividades para a terceira idade, representado por um grupo de senhoras, se programou durante uma semana para vir ao shopping dançar com os chineses. Segundo a aposentada Terezinha Cavaliero, 63 anos, uma das atividades desenvolvidas pelo grupo é a ginástica chinesa. “ Viemos até aqui hoje para termos ideias para nossas aulas e futuras apresentações também”. A aposentada ainda conta que a decisão de inserir uma dança oriental na rotina do grupo surgiu de uma experiência que uns dos professores teve em São Paulo, e que há oito anos é praticada com os idosos em Passo Fundo. Estar em uma aula de dança na universidade e depois poder acompanhar bailarinos chineses profissionais são duas experiências completamente diferentes. “Na aula tudo é direcionado para a terceira idade, aqui eles são mais ágeis, até tive dificuldade de acompanhar”, conta Terezinha, que também, ficou “encantada” com o ritmo e a sonoridade da melodia chinesa que ecoava pelos corredores do shopping.

Cia de dança Andora

Enquanto os chineses dançavam e ensinavam seus passos, integrantes de outros grupos folclóricos, que aguardavam a hora de suas apresentações, também estavam assistindo e alguns participavam da oficina de dança oriental. O XI Festival de Folclore de Passo Fundo apresenta aí uma faceta de integração: educação ao redor do mundo.  Bruno Henrique de Paula, 22 anos, professor de dança no Espírito Santo e o seu grupo, a Cia de Dança Andora eram os próximos a se apresentar na tarde de terça-feira. Enquanto assistia aos movimentos apresentados, Bruno contava que essa visita a Passo Fundo renderia grandes contribuições para ele e para seu trabalho no Espírito Santo. “Tudo o que nós aprendemos aqui, nós temos o dever, enquanto professores, de passar para nossos alunos e para a comunidade.” Bruno trabalha em uma ong chamada Centro Social São José de Calasanz, na cidade de Serra, no Espírito Santo, onde poderá mostrar um pouco mais da cultura popular de todos os países que viu no festival. “O conhecimento que eu adquiri aqui, com esses grupos, eu ‘vô’ levar para os meus alunos, e também o porquê destas danças”. A experiência adquirida em Passo Fundos erá usada no projeto social que Bruno acompanha.

A Cia de Dança Andora, é formada por professores do Cefd – Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Espírito Santo, a Ufes, e também por alunos de instituições mineiras, com a UFMG. São professores que vêm até Passo Fundo para aprender e levar para as suas aulas como é a dança ao redor do mundo.

 


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João Vicente

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