Entre bandeiras, bombachas e experimentações

Entre bandeiras, bombachas e experimentações

Na Praça de Alimentação do Bella Città, em fila, homens e mulheres com capas medievais, tambores e bandeiras, chamam a atenção e prendem os olhares dos passo-fundenses que, propositalmente ou não, pararam por ali. Em oficina nesta tarde, o grupo italiano, Maestá Della Battaglia, ensinou jovens e adultos o lançamento das bandeiras e o ritmo dos tambores.

Em meio às capas, uma bombacha. Alisson faz parte de um grupo de invernada tradicionalista gaúcho e foi até o shopping para conhecer um pedaço da Itália que passa pelo norte rio-grandense. “É uma cultura muito diferente. A gente, aqui, está acostumado com o tradicionalismo e eles vêm, de longe, e mostram um jogo de bandeiras que mostra a cultura de um país. É interessante e diferente da tradição”. O jogo da qual o peão se refere é referência da Idade Média e inspirado na história de Condessa Matilde de Canossa que, depois de coroada rainha da Itália, venceu o exército do Imperador Enrique IV e mudou a hegemonia religiosa que perpassava pelo Império no século XI e XII.

Em contraponto com o medieval apresentado pelo grupo, Iago Júri, 15 anos, e vestido com uma camiseta do Superman assiste à oficina através da escola em que estuda. Quando o espaço foi aberto para que a platéia pudesse participar e aprender o lançamento de bandeiras, a sua mão já está no alto. “Foi muito interessante, daqui uns seis anos de prática talvez eu consiga entender o segredo… São muito atenciosos, quando eu errei me ajudaram”, conta o garoto. Marina de Campos, jornalista, foi até a Praça para fazer matéria e acabou fazendo parte da pauta: “o pessoal é muito divertido e muito prestativo na hora de ensinar. O jogo, em si, não é tão complicado e eles têm paciência para ajudar. Na hora de sincronizar o tambor e a bandeira foi difícil.”

O grupo nasceu em 2008 na cidade de QuattroCastella e é formado por músicos, lançadores de bandeiras com longa experiência, arqueiros e pessoas em trajes típicos que reproduzem o cenário histórico medieval. Já participou de diferentes competições e festivais de folclore. “Eu iniciei com 8 anos, eu era muito pequeno.”, comenta Enzo que é um dos lançadores do grupo. “No início era muito difícil, porque as bandeiras são pesadas e altas. Mas com o treinamento e os anos de experiência, treinando todos os dias, cheguei em um bom nível. Eu faço isso com muita paixão”, sorri o italiano.

A cultura italiana se aproxima da gaúcha através do sangue que ainda corre nas veias de descendentes de antepassados imigrantes e que formaram o solo rio-grandense. Mas ainda assim, há diferença: “A principal delas é em relação às pessoas. O sorriso das pessoas, a felicidade, o modo de nos acolher e de nos aceitar. Fomos muito bem recebidos aquiem Passo Fundo.”, declara Enzo.  De qualquer forma, existe algo de igual: “Aqui comemos muito bem, assim como na Itália!”, se diverte.


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