É conversando que se aprende

O Bella Cittá Shopping Center está mais agitado que o normal, a movimentação do Festival Internacional de Folclore tomou conta do lugar que recebe os visitantes estrangeiros.

As oficinas de conversação mal começaram e já estão dando o que falar, para o estudante João Pedro dos Santos Pereira, que achou interessante, “aprendi mais sobre a língua deles”. Os grupos do Chile (Ilha de Páscoa) e da Letônia participaram do evento organizado pela UPF Idiomas. A sala aos poucos começou a encher, e o público curioso registrou o máximo que pode daquelas pessoas com roupas diferentes.

 

Ilha de Páscoa – Do Moai ao kahu kakaka

Uma ilha de 170 km² localizada no sul do Oceano Pacífico, é representada aqui em Passo Fundo pelo grupo folclórico Tumu Henua. O conjunto tem 26 anos de trajetória e faz apresentações em todo o Chile, e em mais 13 países, apresentando o folclore polinésio.

Durante a oficina, seus organizadores trouxeram histórias e curiosidades sobre a tradição que envolve a Ilha de Páscoa. Rapa Nui, como é conhecida, foi povoada por um grupo de origem polinésia, liderada pelo rei Hotu Matu’a.

Um dos mais intrigantes mistérios da ilha são os moais, estátuas gigantes de pedra, construídas pelo povo Rapanui em torno de 1200 d.C. As figuras foram esculpidas a partir das pedras do vulcão Rano Raraku e eram encomendadas como homenagens aos chefes das tribos e transformados em divindades.

Uma de suas roupas feita com fibras de bananeira é o kahu kakaka, a vestimenta é acompanhada de uma coroa e sutiã do mesmo material e foi usada pelas dançarinas que estavam tipicamente trajadas para mostrar ao público.

O grupo apresentou algumas de suas danças folclóricas, incluindo a “Mahea Makohe”. No fim, as pessoas que estavam ali aproveitaram para dançar com os bailarinos.

Letônia – O Rupjmaize de cada dia

Um pão escuro, feito à base de centeio é considerado o básico dos alimentos consumidos na Letônia. O país, banhado pelas águas gélidas do mar Báltico, alimenta-se tipicamente de produtos agrícolas. Na maioria de seus pratos a batata não falta.

Grande parte do território da República da Letônia é coberto por florestas, sendo que, na cultura, são conhecidos por fazer essa relação com a natureza. Principalmente na festividade do Solstício de verão, que acontece no dia mais longo e a noite mais curta do ano. E é baseado no culto da fertilidade agrária, dos povos da terra, ao culto solar. Os letões comemoram bebendo cerveja, vestindo coroas de folhas de carvalho e dançando ao redor das fogueiras.

Na literatura existe uma tradição de contos, lendas, lírica religiosa e popular conservada pela tradição oral. Na música são conhecidos pelos intérpretes e compositores eruditos, com cantores de ópera premiados internacionalmente.

As principais peças do traje típico feminino são marcadas pelas saias longas listradas, o avental bordado, a camisa branca com mangas longas e o colete combinando com a saia. Já o masculino tem a calça comprida xadrez ou lisa, e o colete curto até a cintura.

As curiosidades, a história e a cultura letã foram apresentadas pelo grupo Mārupiešie durante as conversações. O bailarino Gatis Tillers acredita que “é interessante fazer esse tipo de oficina, poder falar sobre a cultura do meu país, como vemos o que estamos vivendo aqui em Passo Fundo, nesse Festival”.

Já o professor de Inglês, Marcel Henrique de Melo acredita ser uma oportunidade para os alunos poderem perceber a realidade do uso de línguas estrangeiras. “A gente sabe que aprender gramática em sala de aula é importante, mas não se compara com a experiência de estar imerso na língua”, conclui.

Não para por aí

As oficinas continuam durante a semana inteira, com os grupos dos Estados Unidos, Argentina, Goiás, Peru, Bélgica, Guam, Senegal e Bolívia, que fazem parte do XIII Festival Internacional de Folclore. Todas as tardes no 3° andar da praça de alimentação do Bella Cittá Shopping Center, a partir das 14h.

 


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